Junto a um moinho velho, conhecido como o dos “Baetas”, foi onde o “diabo se levantou”, aponta António Estêvão, da sua casa nos Escalos do Meio, Pedrógão Grande, e a partir dali andou a passear a “fugir pelo mato”.
Foi no sábado, “pouco depois das três da tarde” que o “diabo acordou”, conta Maria de Jesus, 74 anos, na mesma aldeia, a poucos metros do local onde terá começado o incêndio de matou 64 pessoas e destruiu milhares de hectares nos concelhos de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos.
A partir de então, “andámos apenas a empurrar o fogo das casas”, diz Alda Santos, moradora no lugar do Vermelho, um dos primeiros locais por onde o incêndio se esgueirou, percorrendo matos por limpar e evitando zonas cultivadas.
“A minha horta salvou-me” e o “diabo não entrou cá em casa”, explica Adelaide Mendes, de Salaborda Velha, mais a sul das primeiras aldeias atingidas.
Nos instantes em que o fogo começou estava bom tempo, garante António Estêvão, sentado debaixo da parreira, com boa vista para o local, já junto de Escalos Fundeiros. “Dizem que é trovoada, mas não ouvi os trovões”.