A aliança opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) pediu hoje à população venezuelana que se organize em rebelião permanente e progressiva. O pedido foi feito numa conferência de imprensa em Caracas, durante a qual a oposição ratificou a decisão de, com base na Constituição da Venezuela, declarar-se em desobediência civil e desconhecer o regime do Presidente Nicolás.
Por outro lado a oposição insistiu que os venezuelanos devem reforçar os protestos a nível nacional, "em rebelião democrática, permanente e progressiva" contra a convocatória a uma Assembleia Constituinte feita pelo chefe de Estado. "É necessário que todos os venezuelanos assumam, a partir de hoje, um plano de desconhecimento activo (também) da Assembleia Constituinte", disse o deputado Freddy Guevara.
A oposição pretende ainda que a sociedade venezuelana, grémios, sindicatos, universidades, empresários e trabalhadores, deixem constância escrita da sua "rebeldia" e do desconhecimento da convocatória a uma AC. "Não permitamos que os centros eleitorais sejam usados como instrumentos da fraude constituinte".
Como parte da estratégia opositora a população deve organizar-se em comités nacionais, estaduais, municipais, paroquiais e locais, de defesa da Constituição. "Temos que organizar-nos desde já, para (...) um protesto geral (...) de maneira simultânea, até fazer inviável o processo ilegal da constituinte", explicou Freddy Guevara.
Na terça-feira, a oposição venezuelana declarou-se hoje em "desobediência civil" ao regime do Governo do Presidente Nicolás Maduro e anunciou que iniciará uma nova fase de luta contra a ditadura.
Na Venezuela, as manifestações a favor e contra o Presidente Nicolás Maduro intensificaram-se desde 01 de Abril, depois de o Supremo Tribunal de Justiça divulgar duas sentenças que limitavam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assumia as funções do parlamento.
Entre queixas sobre o aumento da repressão, os opositores manifestam-se ainda contra a convocatória a uma Assembleia Constituinte, feita a 01 de maio pelo Presidente Nicolás Maduro.
Pelo menos 74 pessoas morreram desde Abril, no âmbito de protestos.