Um grupo de voluntários do Porto organizou-se, a partir de contactos das redes sociais, para distribuir bens diversos à população de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, atingidas por violentos incêndios desde sábado.
O porta-voz do grupo, João Ponciano, explica à Lusa que duas carrinhas chegaram segunda-feira, "cheias até cima" com "bens alimentares, roupa, brinquedos, grande quantidade de medicamentos e comida para animais", uma recolha que começou com "conversas de Facebook entre amigos" que decidiram actuar por motivos pessoais.
"Andámos de porta a porta, fomos pela estrada fora, porta a porta", diz à Lusa João Ponciano, cansado da viagem e do percurso, no quartel dos bombeiros de Pedrógão Grande.
"Estivemos em todos os sítios, casa a casa, pessoa a pessoa, cara a cara", afirma, explicando à Lusa que o grupo "não podia não vir" à zona porque era necessário "ver com os próprios olhos" a situação e "actuar, fazer alguma coisa".
Foi um "grupo de pessoas que se organizou pelo Facebook e organizou um peditório", recorda.
Nas aldeias atingidas pelas chamas, "as pessoas pediam-nos tudo" mas, ao mesmo tempo, "davam sinais de gratidão" em relação a toda a ajuda dada.
"Palavras leva-as o vento" e este grupo de voluntários que não está a associado a nenhuma instituição decidiu fazer alguma coisa, até porque "muitas das coisas das redes sociais não são verdade", afirma João Ponciano, numa referência a falta de meios ou de distribuição de bens.
"Vimos tudo e andámos por todo o lado". "Vimos bombeiros e fuzileiros a ressonar de cansaço", salienta João Ponciano, que agora vai regressar ao ponto com uma lista de bens para angariar junto de particulares, doadores ou instituições.
Agora, está a ser feito um "levantamento dos electrodomésticos que são necessários", explica, que não acredita na necessidade de mais alimentos para as populações. "Bens [desse tipo] acho que são suficientes", diz.