A Associação Empresarial de Cambra e Arouca (AECA) vai enviar um carta ao primeiro-ministro, António Costa, oferecendo os seus serviços para colocar em empresas da região trabalhadores e quadros portugueses ou luso-descendentes que queiram deixar a Venezuela e vir para o nosso país.
Carlos Brandão aproveitou a inauguração da delegação daquela entidade em Vale de Cambra para vincar a importância dos recursos humanos para a manutenção da competitividade das indústrias locais.
“Estamos a tentar encontrar soluções”, sublinhou o presidente da AECA, assinalando que os seus pares empresariais lhe têm apontado “a falta de mão-de-obra” como um dos maiores problemas com que se deparam.
Fez notar que já não são apenas os quadros qualificados a rarearem no mercado, mas também operários disponíveis para funções menos especializadas. Aludindo às dificuldades vividas por aquele país latino-americano, vincou que, nele, existem muitos luso-venezuelanos “com boa formação”.
O dirigente ainda revelou um dos objectivos estratégicos da sua direcção: criar a marca “Vale de Cambra, Capital do Aço Inoxidável”. Considerou que “muita gente fala disso”, mas que urge concretizar. Deixou antever um esboço de um projecto que, com o apoio camarário, fará por agregar as empresas num “cluster do aço” e que apostará em missões ao estrangeiro e em trazer empresários internacionais ao concelho.
José Pinheiro, presidente da Câmara, concordou com a estratégia, frisando que um mundo em transição para “a Indústria 4.0” exige ousadia. Rotulou de “interessante” a ideia de recrutar quadros noutros lugares.
Também o autarca tem visitado as empresas e constatado a sua “fome” por mão-de-obra. Reafirmou que o executivo municipal apostou forte numa parceria com a Escola Tecnológica de Vale de Cambra, através da qual as duas entidades têm lutado por trazer para o município cursos de especialização tecnológica e cursos técnicos superiores profissionais. Disse acreditar em desfechos positivos para breve.
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