As ilhas Fiji, Marshall e Tuvalu, nações do Pacífico, criticaram a decisão do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tirar o seu país do Acordo de Paris, contra as alterações climáticas, informou hoje a Radio New Zealand.
Enele Sopoaga, primeiro-ministro do Tuvalu, mostrou-se “angustiado” com a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, adoptado por 193 países em 2015 com o objectivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa que causam o aquecimento global. “Creio que é uma decisão muito destrutiva, obstrutiva, por parte do líder do talvez maior poluidor na Terra. Como pequena nação insular a sofrer com os efeitos das alterações climáticas estamos decepcionados”, afirmou Sopoaga. “Talvez isto seja também um alerta ao mundo para trabalharem de forma mais próxima, melhor e fazerem mais”, acrescentou.
O primeiro-ministro das Fiji, Frank Bainimarama, por seu lado, classificou a decisão de Trump de decepcionante, sobretudo para os países mais vulneráveis ao aquecimento global, e expressou o desejo de que os Estados Unidos voltem a integrar o acordo no futuro.
A Presidente das Ilhas Marshall, Hilda Heine, reafirmou o seu compromisso com o Acordo de Paris e sublinhou que não é demasiado tarde para actuar contra as alterações climáticas. “Não devemos perder a esperança. Os nossos filhos e os seus filhos merecem não só sobreviver como prosperar”, afirmou.
O Presidente dos Estados Unidos anunciou na quinta-feira a sua decisão de tirar o país do Acordo de Paris, considerando que coloca em “permanente desvantagem” a economia e os trabalhadores norte-americanos.
Com esta decisão, os Estados Unidos “cessarão todas as implementações” dos seus compromissos climáticos fixados em Paris, que incluem a meta proposta pelo ex-presidente Barack Obama de reduzir até 2025 as emissões de gases de efeito de estufa entre 26% e 28% em relação aos níveis de 2005.
Concluído em 12 de Dezembro de 2015 na capital francesa, assinado por 195 países e já ratificado por 147, o acordo entrou formalmente em vigor em 04 de Novembro de 2016, e visa limitar a subida da temperatura mundial reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa.
Portugal ratificou o acordo de Paris em 30 de Setembro de 2016, tornando-se o quinto país da União Europeia a fazê-lo e o 61.º do mundo. O acordo histórico teve como “arquitectos” centrais os Estados Unidos, então sob a presidência de Barack Obama, e a China, e a questão dividiu a recente cimeira do G7 na Sicília, com todos os líderes a reafirmarem o seu compromisso em relação ao acordo, com a excepção de Donald Trump.