Aos 22 anos, Samuel Gonçalves orgulha-se do que faz. Anda a tirar a licenciatura em Animação Socioeducativa na Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC) e é dinamizador comunitário no projecto Trampolim. «Sou o faz tudo», conta, entre risos, este jovem do Planalto do Ingote. O percurso de Samuel não causaria alguma surpresa se não fosse o facto de ser de etnia cigana e residir numa das zonas consideradas mais problemáticas da cidade, factores que, juntos, fazem com que não sejam vulgares os casos de sucesso na inserção social. Mas Samuel é um caso bem sucedido, porque começou como participante no projecto Trampolim e hoje, além de ter prosseguido os estudos superiores, é um dos dinamizadores do projecto, fazendo do seu o exemplo para outros jovens.
«Se não tivesse vindo para aqui, para o projecto, se calhar nem tinha acabado o secundário e andava por aí», conta o jovem, mostrando como se sente «bastante realizado» com o que faz e admitindo que, não fosse esta “abertura” ao mundo proporcionada pelo Trampolim e provavelmente estaria, como os seus pais, na venda ambulante. «Já trabalhei nisso e nunca gostei», conta o jovem, numa conversa animada em que nunca lhe faltou boa disposição e algo para dizer.
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