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Timorenses em Fátima para agradecer a libertação a Nossa Senhora


Sexta, 12 de Maio de 2017

Um grupo de peregrinos timorenses agradeceu hoje no Santuário de Fátima a restauração da independência nacional do país, pagando promessas feitas durante a ocupação indonésia, que terminou há 15 anos. Durante a luta pela libertação, os timorenses rezaram a Nossa Senhora de Fátima pela libertação do seu povo. Hoje, no centenário das "aparições" marianas, prestam o seu agradecimento.
Constância ainda se lembra de rezar a Nossa Senhora de Fátima, quando Timor-Leste, um território fortemente católico, estava ocupado pela Indonésia, o maior país muçulmano do mundo. À noite, com a família reunida em casa, pediam a libertação do povo timorense, de braços abertos, recordou, em declarações à agência Lusa. "Fátima é muito importante para mim, que tenho muita fé à Nossa Senhora. Sempre pedimos para nos proteger de todo o mal e sempre pedimos a libertação de Timor Leste através da Nossa Senhora", afirma Constância que, aos 66 anos, vem pela primeira vez a Portugal de propósito para o 12 e 13 de maio onde quer deixar o seu agradecimento.
Num grupo com uma grande bandeira de Timor-Leste acompanhada de uma bandeira portuguesa, Letícia Carvalho, de 24 anos, explica que as suas tias vieram de Timor para a celebração do centenário e outros colegas vieram de Inglaterra. "Vieram de propósito para celebrar o centenário. A Nossa Senhora marca a nossa história da libertação, da independência, e viemos cá para agradecer", afirma.
Junto ao grupo, estava Armindo Coelho, português que está em Fátima como peregrino e que esteve como militar, entre 1973 e 1975, naquele país do sudeste asiático. "Timor marcou-me bastante e foi bom recordar o país e ter este encontro com eles", contou, lembrando que o povo era "muito crente, muito católico".
Lídia Alves, de 49 anos, não aguenta as lágrimas quando tem de explicar o porquê de vir a Fátima. Assim que fala de Nossa Senhora recorda-se do tempo de ocupação, mais concretamente o ano de 1999, quando perdeu "os primos, todos mortos, e uma tia". "Era um sonho vir cá e é um orgulho para a minha vida estar cá. Porque Fátima… Não sei como falar. Foi muito importante para nós, rezávamos muito", realça a timorense, de voz embargada.


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