Na aldeia do Bairro, Ourém, em quase todas as casas há alguém que saiba encadear terços. Há quem faça das voltas ao arame e às contas emprego. Outros pegam no alicate como um entretém, à beira da horta ou durante o pastoreio. Aurélia já tem "as mãos pesadas", mas os cerca de 60 anos de volta dos terços fazem com que hoje encadeie "quase de olhos fechados", enquanto pastoreia as suas ovelhas e cabras, na aldeia do Bairro, situada no extremo oriental da Serra de Aire. Por esta e por outras aldeias próximas era comum levar-se no braço o arame, já com as contas do terço enfiadas, enquanto as cabras pastavam, que "elas não dão muito que fazer". Hoje, já não há tanta gente a encadear terços - um trabalho que era feito maioritariamente pelas mulheres -, mas em muitas casas continua a haver alguém que saiba manusear o alicate para dobrar o arame a cada uma das contas do terço. Aurélia Felicíssimo ainda se lembra de fazer terços com alfarroba. Mas se o material mudou ao longo dos anos, a forma de fazer não. "Foi sempre assim, com o alicatezinho", conta a mulher de 71 anos à agência Lusa, sublinhando que o entretém "ajuda um pouco à reforma, que é pequenita".
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