Em Junho de 1940, chegavam às dezenas, às centenas, aos milhares à porta do consulado português em Bordéus (França). Aristides de Sousa Mendes vivia o dilema entre obedecer à “Circular 14” de António Oliveira Salazar, que proibia a entrada de refugiados em Portugal, e salvar todas aquelas vidas. Pois era disso que se tratava: salvar vidas. A esperança de tantos judeus estava numa assinatura de Aristides de Sousa Mendes, cônsul de Bordéus, e num carimbo.
A brilhante interpretação do actor Rúben Madureira, na pele de Aristides, mostra a grandiosidade e a generosidade de um homem que podia, simplesmente, obedecer às ordens do seu Ministério e fechar os olhos a tanta crueldade. Preferiu “estar com Deus contra os homens do que com os homens contra Deus” e foi punido por isso, sendo afastado do cargo. Regressou depois à sua casa em Cabanas de Viriato. Ainda que não haja registos em vídeo de como era Aristides, Rúben Madureira deu vida e alma à personagem com um talento e uma voz ímpares.
Nas palavras de Sandra Leal, o musical é “uma verdadeira lição de coragem, altruísmo e humanismo”. Com encenação de António Leal, esta produção da Contracanto – Associação Cultural, ainda pode ser vista amanhã, às 21h30, sábado, às 16h00 e 21h30, e domingo às 16h00, no Centro Cultural de Carregal do Sal.
Mais do que uma história, esta é a nossa História e este é o nosso herói. Um musical notável para aplaudir, e muito, de pé.
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