“Cantar é uma coisa avessa à minha natureza, à qual me fui habituando”

Miguel Araújo é, hoje, um dos nomes mais consensuais da música portuguesa. O cantor compositor maiato é sinónimo de casa cheia onde quer que leve as suas histórias cantadas. As letras simples que contam histórias do dia-a-dia entram facilmente no ouvido, e não have­rá muita gente que nunca exaltou os “Maridos das outras”, que não tenha trauteado um romance a ver aviões, ou outras cantigas e recantigas de um vasto reportório. Depois de um ano de 2016 agitado – em termos de concertos, mas também por ter deixado Os Azeitonas, ou por ter esgotado, em duo com António Zambujo, 28 Coliseus – Miguel Araújo regressa à estrada, e começa a apresentar o seu novo álbum, “Giesta”. O disco sai no dia 28 de Abril, mas o público de Estarreja já pode conhecer parte dele amanhã, no concerto agendado para as 21.30 horas. Antes disso, o cantautor falou com o Diário de Aveiro, desvendando um pouco do que aí vem, mas aceitando percorrer um pouco do que tem sido um percurso que começou quase por acaso. Diário de Aveiro: Vinte e oito Coliseus depois, como tem sido regressar à estrada? Miguel Araújo: Tem sido uma maravilha. A minha vida de músico é feita de ciclos: gravação, digressão; gravação, digressão; gravação, digressão. E agora acabei de gravar um disco novo que ainda não saiu mas está quase, por isso a vontade de voltar à estrada começa a apertar. E o que traz de novo esta digressão? Tenho andado a dar concertos com uma formação nova, que é um sexteto/septeto – quando vem o Mário Costa tocar bateria,– com violoncelo e uma guitarrista/can­tora, que deram ou­tra frescura aos novos arranjos que fizemos para algumas músicas. É quase um recomeço, e isso é uma coisa que eu gosto muito.