As Nações Unidas só conseguiram nove por cento dos 4.630 milhões de dólares (4.339 milhões de euros) pedidos para o auxílio aos cinco milhões de civis sírios que se encontram refugiados nos países que fazem fronteira com a Síria. De acordo com o Alto Comissariados das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), mais de cinco milhões de refugiados de guerra tentam “sobreviver” no Egipto, Iraque, Jordânia, Líbano e Turquia.
O comunicado das duas entidades das Nações Unidas, refere também que “muitos outros” se encontram na União Europeia. A “comunidade internacional” tinha prometido que ajudaria, mas as duas agências da ONU, que falam em nome de 249 organizações estabelecidas nos países de acolhimento, alertam que o financiamento não está a ser alcançado e mostram “extrema preocupação” sobre a situação. “Sem a existência de mais fundos, áreas essenciais de assistência deverão ser eliminadas. O abastecimento alimentar e as transferências de dinheiro podem vir a ser cortados, o que pode colocar em perigo a estabilidade e a segurança da região”, indica o comunicado conjunto do ACNUR e do PNUD.
Os dois organismos recordam que se não existiram fundos financeiros de ajuda directa, as famílias dos refugiados vão ser obrigadas a retirar os filhos das escolas onde se encontram o que pode fazer aumentar o número de crianças que deixaram de ter educação formal, e que neste momento ultrapassa o meio milhão. “A situação começa a ser de desespero”, avisa o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Fillippo Grandi.
O assunto vai ser debatido na Conferência Internacional sobre o futuro da Síria, presidida pela União Europeia, Nações Unidas, Alemanha, Kuwait, Noruega, Qatar e Reino Unido, hoje e quarta-feira, em Genebra.