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Quase 7.000 pessoas foram detidas por motivos políticos na Venezuela em três anos


Quinta, 23 de Março de 2017
A organização não-governamental Foro Penal Venezuelano (FPV) denunciou na quarta-feira que a perseguição política na Venezuela aumentou desde Fevereiro de 2014, tendo sido detidas, desde essa data, quase 7.000 pessoas por motivos políticos. "6.893 pessoas foram detidas na Venezuela por razões políticas, o que reflecte a existência de um padrão sistemático de perseguição política de parte do Governo venezuelano", disse o presidente do FPV. O advogado Alfredo Romero falava durante uma audiência na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), durante a qual solicitou medidas de protecção para todos os activistas de direitos humanos na Venezuela e precisou que durante as detenções "muitas" pessoas têm sido "torturadas". Por outro lado, denunciou que "existem ordens de libertação" emitidas por tribunais venezuelanos, "que não são cumpridas pelas autoridades", como é o caso de Víctor Ugas, que está detido na prisão do Serviço Bolivariano de Inteligência (serviços secretos) por escrever uma mensagem na sua conta do Twitter. "O ano passado (2016) deram-lhe o documento (ordem de libertação) e ainda está na prisão. O regime penitenciário não pode ter mais poder que um tribunal", frisou. O responsável explicou que "há um efeito de porta giratória”, em que vão sendo libertadas algumas pessoas e, ao mesmo tempo, detidas outras. Actualmente há 115 pessoas detidas por motivos políticos. No seu entender as tentativas de diálogo entre o Governo do Presidente Nicolás Maduro e a aliança opositora Mesa de Unidade Democrática fizeram com que "aumentasse o número de presos políticos”, que são como moeda de troca para o regime. Por outro lado o representante do Governo venezuelano perante a CIDH, Larry Lavoe, negou que na Venezuela existam presos políticos e afirmou que "as pessoas que estão privadas de liberdade na Venezuela, estão por participarem em actos tipificados como delitos". Três dos detidos que o FPV considera presos políticos são luso-venezuelanos, incluindo o politólogo Vasco da Costa, que a irmã, Ana Maria da Costa, diz estar isolado num quarto pequeno e sem janelas, submetido a condições degradantes, sendo ameaçado constantemente "com choques eléctricos".

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