O Beira-Mar está, desde ontem, em condições de se “reconstruir” e “dar seguimento ao plano traçado” de chegar ao “lugar que merece”, graças à clariviência que “todos os credores” tiveram ao fazer aprovar o plano de recuperação apresentado ontem na assembleia de credores no Tribunal do Comércio, em Anadia. As declarações de António Cruz, pouco depois de ter “uma grande alegria” e sentir “alívio” por ver que o Beira-Mar “tem futuro”, sintetizam o sentimento do presidente da Comissão Administrativa (CA) do Beira-Mar, que disse ter vivido “os últimos dias com alguma angústia e preocupação”. “Houve algumas areias na engrenagem que colocaram em causa o futuro do clube, mas tudo acabou por ser resolver em bem. Tenho de sublinhar e publicamente agradecer a intervenção do presidente da Câmara de Aveiro, Eng.º Ribau Esteves, que foi determinante e decisiva", referiu o dirigente.
Assembleia de credores do Beira-Mar viabilizou o plano de recuperação financeira (dívida de 5,1 milhões de euros) com 91 por cento dos votos favoráveis conta 7,8 por cento de votos contrários. Determinantes no desfecho da aprovação foram a Câmara Municipal de Aveiro, Autoridade Tributária (AT) e antigos dirigentes, principais credores do clube. Com a autarquia (dívida de 1,5 milhões de euros), o clube tem em curso um acerto de contas, mas com a AT, o voto favorável implica o pagamento de 270 mil euros em 150 prestações. Significativo foi o acordo alcançado com antigos dirigentes que, em conjunto, reclamavam cerca de dois milhões de euros, de que não serão ressarcidos. Os credores comuns perdoam 95 por cento das dívidas. O Beira-Mar vai liquidar 426 mil euros no prazo de 25 anos, entre eles créditos laborais, sujeitos a cinco anos de período de carência.
