Viajemos até ao dia 14 de Março de 1987. No Terreiro não havia “nada”, Leiria era como uma “aldeia”, contudo, nesse mesmo dia, a noite da cidade do Lis viu nascer um ‘filho’ que acabou por se tornar ‘pai’ de todos os bares da cidade. Quando os contornos do balcão do ‘Filipes Bar’ começaram a erguer-se, começou também a erguer-se o Terreiro. “Não havia aqui noite”, confessa Manuel Oliveira, proprietário do bar. O ribatejano, de uma aldeia de Torres Novas, tinha chegado a Leiria há 12 anos vindo de uma vida no sector hoteleiro. Tentou escapar-se desse rumo. Contudo, acabou por cair nas ‘malhas’ dos bares novamente. Depois de ter passado pelo café ‘Montanha’ e pelo bar da União de Leiria, o proprietário dos ‘Filipes’ decidiu arriscar e abrir, numa zona ‘morta’ de Leiria, o seu bar. O primeiro mês não foi fácil, “estive para fechar a porta”, confessa. Mas, como o que está ‘perdido por 100, perdido por mil’ Manuel acabou por ceder ao pedido do seu filho e deixá-lo “passar música” no bar. Foi o girar dos discos de vinil que deu a volta ao rumo do bar e, depois de ter estado quase de porta trancada, o ‘Filipes’ tornou-se uma referência, não só para os leirienses, mas também para pessoas de cidades vizinhas e de outros destinos do País. Dai em diante, todos os dias, nos últimos 30 anos, ‘Manel dos Filipes’ - como é conhecido - desce as escadas desde a Travessa da Paz para se colocar no rebuliço da vida atrás do balcão do bar.
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