Entre o final de Janeiro e meados de Fevereiro de 2015, o Kiko terá sido agredido e atropelado mais do que uma vez pela mesma pessoa, em Azurva. Se nesse dia não passava de mais um cão abandonado a ser vítima de maus-tratos, ontem, tornou-se num símbolo, tendo em conta que, pela primeira vez, segundo garantem responsáveis de associações de animais, um caso de maus-tratos a animais chegou tão longe, no tribunal de Aveiro.
Ontem, começou o julgamento do suspeito dos repetidos maus-tratos ao Kiko, e esse facto já ninguém lhe poderá tirar. Isso, e o trauma com que o cão ficou desde essa data, mas nessa luta haverá muitos mais “Kikos” por aí.
Apesar de ser acarinhado pelos moradores da rua onde encontrou algum sossego na sua vida de cão sem dono, a comida e as aproximações feitas por humanos durante vários meses ainda não eram suficientes para o Kiko se deixar apanhar por eles. Sem nunca ter sido agressivo, o trauma com que chegara àquela rua não lhe permitia “dar a mão” a quem já o ajudava. E apesar dos progressos que já tinham sido feitos nesse sentido, aqueles dias entre Janeiro e Fevereiro fizeram todo o trabalho ir por água abaixo. Até hoje, garantem as pessoas que o acompanham desde então.
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