Dados divulgados pela Assembleia Nacional (AN, parlamento) dão conta que a Venezuela registou 18,86% de inflação nos primeiros 31 dias do ano, elevando para 679,93% o aumento acumulado em 12 meses.
Os dados fazem parte do novo "Índice de Preços ao Consumidor da Assembleia Nacional (IPCAN)", organismo que acusa o Banco Central da Venezuela de ter, nos últimos anos, "implementado uma política de encobrimento das principais estatísticas económicas e sociais” com o propósito de esconder a dimensão “da grave crise que afecta os venezuelanos".
"Um desses indicadores ocultos é o Índice de Preços ao Consumidor, que faz acompanhamento dos preços e permite medir a inflação. A AN decidiu começar a estimar a inflação, criando o seu próprio IPCAN", explica um comunicado divulgado pelo parlamento que questiona ainda o Instituto Nacional de Estatísticas por não divulgar dados oficiais.
O documento explica que o período base tido como referência foi de Dezembro de 2016 e que foram contemplados 362 bens e serviços, monitorizados em 22.000 estabelecimentos nas cinco cidades principais do país (Caracas, Valência, Maracaibo, Barcelona e Puerto La Cruz" e noutras localidades, cidades médias, pequenas e rurais.
Essa monitorização permitiu registar a evolução de 300.000 preços em estabelecimentos públicos, privados (incluindo o sector informal) e lares, com periodicidade mensal.
Entre os produtos que em Janeiro último aumentaram de preço na Venezuela está o arroz, os almoços em restaurantes, os alugueres de casa, a pasta de dentes, os estacionamentos, a mensalidade escolar, serviços médicos pediátricos e o corte de cabelo.
Também encareceram a roupa e calçado, bilhetes de autocarros, televisão por cabo, rádio, medicamentos, reparação e peças para viaturas, electrodomésticos e universidades privadas.