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Hollande diz que declarações de Trump sobre a Europa são pressões inaceitáveis


Sexta, 03 de Fevereiro de 2017
O presidente francês, François Hollande, criticou hoje as previsões do homólogo norte-americano, Donald Trump, sobre uma eventual ruptura na União Europeia, considerando-as pressões inaceitáveis. "É inaceitável que haja, numa parte das declarações do presidente dos Estados Unidos, pressão sobre o que a Europa deve ou não ser", disse Hollande, que falava aos jornalistas na Cimeira da União Europeia que decorre em Malta. "Quem realmente sabe o que o presidente dos Estados Unidos quer, particularmente para a aliança transatlântica, e sobre a partilha de custos que ele apelida de fardo", questionou. Entretanto, a chanceler Angela Merkel afirmou que a melhor forma de o bloco de 28 nações lidar com a administração norte-americana, que parece ambivalente relativamente à Europa, é pressionar com os seus próprios planos. "Já disse que a Europa tem o seu destino nas suas próprias mãos", disse Merkel aos jornalistas à chegada a Malta, acrescentando: "acredito que quanto mais firmemente definirmos qual é o nosso papel no mundo, melhor conseguiremos tratar das nossas relações transatlânticas". "É por isso que, para mim, conversações sobre a Europa são aqui e não dizem respeito a outras partes do mundo", acrescentou. Os líderes da União Europeia encontram-se hoje em La Valetta, capital de Malta, para uma cimeira informal na qual abordarão a imigração ilegal no Mediterrâneo e continuarão a debater, já sem Reino Unido na sala, o futuro da União a 27. A cimeira informal de Malta, na qual Portugal está representado pelo primeiro-ministro, António Costa, começará com uma discussão sobre as medidas a tomar para travar os fluxos migratórios no Mediterrâneo central, que passou a ser o principal “corredor” de imigração ilegal desde o norte de África até à Europa, incluindo de refugiados da Síria. Os 28 deverão sublinhar a necessidade de uma cooperação mais próxima com os países do Magrebe, designadamente a Líbia, sendo provável que a UE anuncie um aumento da ajuda às autoridades líbias – muito enfraquecidas actualmente, e não só politicamente -, sobretudo com vista à formação e capacitação da guarda costeira daquele país. Um tema incontornável na discussão sobre o futuro da UE será a relação com os Estados Unidos à luz da eleição de Donald Trump, que o próprio presidente do Conselho Europeu, numa carta enviada aos chefes de Estado e de Governo, classifica como uma das "ameaças" com que a UE se confronta actualmente.

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