Começa por ser uma alteração de humor, uma tristeza, que se alastra e acaba por atingir todo o organismo. Do pensamento às emoções, às capacidades cognitivas e motoras, ao sono e ao apetite. Há ainda a angústia, um sentimento que só quem sofre de depressão conhece realmente. Há sofrimento psicológico e pode inclusive existir dor física. A depressão major - assim designada por se diferenciar de quadros ligeiros de sintomatologia depressiva, reacções de tristeza normais decorrentes de acontecimentos negativos - é uma das patologias psiquiátricas mais prevalentes no país.
O primeiro relatório do Estudo Epidemiológico Nacional de Saúde Mental, publicado em 2013 por investigadores do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, com coordenação de José Miguel Caldas de Almeida, estima uma prevalência de depressão major na ordem dos 6,8% e acrescenta que, ao longo da vida, pelo menos um quinto dos portugueses terá um episódio de depressão. A doença tem não só grande impacto pessoal e familiar como impacto sócio-económico. É uma das principais causas de baixa médica e de elevados custos de saúde.
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