Há mar e mar, há vinho e voltar. Vai na volta, não devíamos começar este texto com recurso à frase de Alexandre O’Neil que foi utilizada para uma campanha publicitária de alerta contra os afogamentos. Mas como desconstruímos a coisa e colocámos um “vinho” lá pe-lo meio pode ser que passe. “Um” vinho, não. Permita-nos reformular. “O” vinho, que é para Poseidon, Deus grego do Mar, não se chatear, e devolver sãs e salvas as 33 pessoas que ontem rumaram à Terra Nova, a bordo do Coimbra. Todos desejamos que voltem bem. Eles e o vinho, que aí já será “da volta”. Calma, não há razão para ficar às voltas com isto. Explicamos tudo em seguida. E não tema o afamado mau humor de Poseidon. Se brincamos aqui com ele, é porque sabemos que cuidará bem dos homens a bordo do “Coimbra”. E do vinho, claro. Das mais de 3.000 garrafas que darão a nova colheita do Poseidon.
É do conhecimento geral que a vida a bordo de um bacalhoeiro não é pêra doce - e não há aqui qualquer referência a vinhos alentejanos. É uma vida que não é fácil. Ponto. Há até quem diga que uma campanha bacalhoeira tira anos de vida aos pescadores embarcados, algo em que é fácil acreditar. E se dúvidas houvesse, está aí o vinho a comprová-lo. Três mil garrafas que estiveram na última campanha do “Coimbra”, que partiu em Junho do ano passado, voltaram, segundo especialistas, com “características muito diferentes”.
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