Moliceiro? Há outras formas de viajar pela Beira Mar do “santinho”

Maria e Gonzalo viajaram de Madrid para conhecer Portugal. Estacionaram no Porto, mas não quiseram ficar-se pela Invicta cidade, e definiram as rotas que queriam explorar. O Porto, sim, mas também Braga e Aveiro. Pelo menos essas. Na cidade dos canais, decidiram perder-se nas histórias labirínticas do bairro da Beira Mar e depararam-se com um tesouro difícil de aproveitar num só dia. Encantados pela voz do jovem guia Tiago Marques, numa só manhã, o casal madrileno ficou a conhecer a história de um bairro que nasceu nas margens da Ria - a quem até roubou algum território –, e, rumando a Norte por ruas de Vento, conheceu as casas típicas de um piso, uma porta e uma janela. Maria e Gonzalo tomaram contacto com o adobe de que eram feitas muitas das casas, e deslumbraram-se com os coloridos azulejos que encontraram pelos caminhos que percorreram com o “Moço” que S. Bartolomeu traz aos pés. É verdade que o casal não assistiu ao lançamento de cavacas, mas não foi embora sem conhecer a tradição do S. Gonçalinho e os poderes do “santinho” que reina no bairro que palmilharam. O roteiro que, ontem, foi apresentado ao casal espanhol que aceitou que o nosso jornal se juntasse a eles, vai ser percorrido, amanhã, por 60 pessoas que, divididas em dois grupos, vão participar no “São Gonçalinho walking tour” que, nas palavras de Suzy Caldeira, responsável pela Aveiro Free Walking Tour, pretende contribuir para “a identidade colectiva cultural dos cidadãos de Aveiro”. Pro­mo­vida em parceria com a Mor­domia de S. Gonçalinho, o evento vai levar os participantes a conhecer os roteiros da história da Beira Mar, do Santo e da Capela onde todas as ruas vão desaguar nos próximos dias.