Jornal defensor da valorização de Aveiro e da Região das Beiras
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“A exposição é ponto para eu voltar a perceber quem sou”


Adérito Esteves Segunda, 25 de Janeiro de 2016
Horas antes de inaugurar a exposição “How to do things with bodies”, comemorativa de 30 anos de carreira, João Garcia Miguel ainda dá os últimos retoques na mostra. O cheiro a tinta fresca percorre a sala expositiva do Centro Cultural de Ílhavo (CCI) e, se dúvidas houvesse, o casaco salpicado com que o encenador recebe o nos­so jornal, dissipá-las-ia: estamos perante um artista. O que se segue é uma conversa que pretende apresentar não as obras, mas o autor. A mostra, inaugurada na sexta-feira, é só o primeiro capítulo de uma colaboração que vai encher de vida as salas do CCI este ano. Com salpicos das várias vertentes em que o seu autor se move. Diário de Aveiro: Qual o sentimento por inaugurar uma exposição comemorativa dos 30 anos, aqui em Ílhavo, depois de já a ter apresentado em Óbidos? João Garcia Miguel: Estivemos em Óbidos, mas esta exposição é diferente. Viemos com peças novas, fiz algumas coisas especiais para aqui – lá não tive grandes possibilidades de fazer. Aqui, pelas condições, e por ser uma segunda vez, é algo mais pensado e digerido. E o resultado desta exposição parece-se mais comigo. Revejo-me mais no objecto de exposição daqui do que na de Óbidos. Além disso, há uma relação especial com Ílhavo… Sim. Há uma relação muito especial com Ílhavo. Até porque este ano somos artistas residentes na cidade. E temos vindo a trabalhar de uma forma crescente com Ílhavo: de há dois anos para cá temos vindo cá fazer residências [artísticas]; já trabalhámos em projectos de futuro. Por isso, sim, há uma relação muito especial com o José Pina [director do CCI] e com Ílhavo. Através do José [Pina] a relação com Ílhavo foi-se tornando especial. Para esta exposição fiz uma obra mesmo com terra de Ílhavo que fui buscar. Há aqui qualquer coisa que me liga especialmente a este território. Até pela relação com o mar, com a comida, com o bacalhau, com a cerâmica. E há uma parte histórica de relação com as Belas Artes, e também me interessa muita esta relação múltipla teatral que a região tem. E sinto-me identificado com essa variedade de paisagens, de abordagens e de formas de viver que Ílhavo contem na sua história, e que está expressa no seu território.
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