A “despesca” é uma actividade ancestral, praticada por quem vive das salinas, mas para a maioria da população desconhecida. Por isso, a divisão da Cultura da Câmara Municipal da Figueira da Foz decidiu “agarrar” esta prática dos marnotos em tempo de Inverno- época do poisio das salinas- e fazer dela um evento “âncora”, tal como já acontece com a safra (apanha do sal de forma tradicional, que se realiza todos os anos, em Agosto).
Aconteceu ontem de manhã, na salina da autarquia “Corredor da Cobra”, junto ao Núcleo Museológico do Sal em Armazéns de Lavos, e reuniu cerca de 30 pessoas, além de diversos “amigos”, todos eles com salinas ou viveiros, que decidiram ajudar, partilhar o seu saber e mostrar como a actividade não é fácil. São horas a fio, enfiados na lama, com pás de madeira a desenterrar peixe (particularmente enguias e camarita – camarão pequenino – mas também robaletes, linguados e outros), trazidos pelas águas do rio que entram por uma espécie de comporta e que fica retidas, conforme a necessidade do marnoto. A “despesca” é o momento em que a água é esgotada, ficando o peixe “prisioneiro” na lama, sendo recolhido através de redes.
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