A visada é sempre a sogra, que aparece ora com o nome de Perpétua ora de Esperança. As anedotas são inúmeras e repetidas tantas vezes quantas sente que é preciso para animar doentes com cancro, seus familiares, profissionais de saúde e outros com quem se cruza nos corredores do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra. Armando Silva, de 81 anos, “o senhor Armando”, iniciou a sua «dádiva em favor dos que sofrem» há duas décadas. Foi o primeiro e é, para todos os que se seguiram, o “voluntário dos voluntários” no Núcleo Regional do Centro (NRC) da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC). Ontem, a comemoração dos 20 anos de voluntariado hospitalar da Liga no IPO fez-se com uma homenagem a este «verdadeiro profissional da humanização».
Numa cerimónia realizada no auditório do IPO, os voluntários da Liga surpreenderam o coordenador do voluntariado com um filme de agradecimento, destacando o seu sentido de humor, elogiando a sua dedicação. Afastado nas últimas semanas por razões médicas, Armando Silva respondeu que nem deu conta de terem passado 20 anos, esclareceu que não aprecia estar em casa e prometeu «continuar o voluntariado enquanto tiver saúde». No fim lá contou uma anedota, mas desta vez não meteu a sogra ao barulho.
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