As autoridades admitem como possível que Pedro Dias estivesse há 15 dias na habitação, situada em Arouca, onde, na noite de anteontem, foi detido pela Polícia Judiciária (PJ).
A casa pertence a uma professora reformada, amiga da família do suspeito dos homicídios de Aguiar da Beira, que foi constituída arguida e interrogada. De acordo com a polícia, sobre a mulher, de 61 anos, “recaem fundadas suspeitas de favorecimento pessoal ao ora detido, em diferentes momentos subsequentes ao início de todo o iter criminis [percurso do crime] que lhe é imputado”.
Em comunicado, a PJ refere ainda que Pedro Dias, de 44 anos, é “suspeito de cinco crimes de homicídio qualificado, três dos quais na forma tentada, dois crimes de sequestro, pelo menos dois crimes de roubo e um crime de furto, entre outros, pendentes de melhor e mais cuidada averiguação” ocorridos desde o dia 11 de Outubro de 2016 e o dia de anteontem, nas localidades de Aguiar da Beira, Arouca e Vila Real.
A detenção, consumada na noite de terça-feira, “ocorreu na sequência de oportuna manifestação de vontade de entrega à PJ, realizada por intermédio da mandatária do ora detido, e concretizada em Arouca”, confirmou a PJ.
“Ao longo de aproximadamente quatro semanas de investigação, em estreita colaboração operacional com a GNR, foi possível reconstruir parte substancial do itinerário de fuga empreendido pelo ora detido e recolher relevantes elementos indiciários relativos à vasta actividade delituosa que lhe é imputada”, indicou.
Ontem, Pedro Dias encontrava-se “sereno” e “fisicamente bem”, mas do ponto de vista emocional estava “em baixo”, disseram os advogados Mónica Quintela e Rui Silva Leal, que o representam.
Após ter sido detido, o suspeito foi transportado para as instalações da PJ da Guarda e depois conduzido ao Estabelecimento Prisional daquela cidade, onde permaneceria até ser presente a primeiro interrogatório judicial e aplicação de eventuais medidas de coacção, o que está previsto acontecer hoje, pelas 10 horas, no Tribunal da Guarda.
“A decisão de se entregar era uma decisão, tanto quanto percebi, e mal fomos contactados para isso, que estava presente”, disse Mónica Quintela.
A advogada explicou que “não o fez antes porque não houve condições para o fazer, porque lhe foi montada uma autêntica caça ao homem e havia um risco muito premente, muito efectivo, de ser baleado, de ser abatido. Por isso, a entrega teve de ser desta forma, rodeado de todas as cautelas, de forma que a detenção pudesse ser feita sem quaisquer problemas e sem que envolvesse qualquer risco”.
Durante a estadia na PJ “foi muito bem tratado” com “toda a urbanidade, com toda a serenidade, com toda a tranquilidade”, referiu a causídica.
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