Inovações terapêuticas ainda não são para todos

As bombas infusoras de insulina, introduzidas na década de 90, vieram melhorar a qualidade de vida a quem tinha de fazer cinco a seis picadas por dia e múltiplas injecções de insulina. Na última década surgiram novos fármacos e tecnologias para tratar a diabetes. O medidor de glicose que evita picadas nos dedos, recentemente apresentado, é mais uma revolução. E o pâncreas artificial pode ser realidade dentro de ano e meio. Francisco Carrilho, presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia e Diabetes (SPED), defende maior investimento do Estado em inovações terapêuticas, mas frisa que «o problema da diabetes será insolúvel se pensado apenas na perspectiva curativa». Felizmente, «as pessoas vivem mais anos e também por isso há cada vez mais pessoas com diabetes», por outro lado, «as possibilidades dos diversos estados são limitadas». No que toca à diabetes (e não só), «ou entramos no caminho da prevenção - mudar hábitos de alimentação, de actividade física, etc. - ou não conseguimos travar a doença. E a prevenção ultrapassa muito a medicina», sustenta o director do Serviço de Endocrinologia e Diabetes do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).