O presidente do Centro de Direito Biomédico não tem dúvidas de que «jamais» teria sido autorizado um ensaio clínico em seres humanos «se se soubesse que havia risco de morte». Ressalvando que ainda não está totalmente provado que foi o medicamento que a Bial está a testar que esteve na origem das lesões neurológicas dos voluntários e a morte de um deles, André Dias Pereira sublinha que este tipo de procedimento «é muito regulamentado» e sujeito à autorização de uma comissão de ética e de autoridades competentes (no caso, a Agência Nacional de Segurança do Medicamento francesa).
Os riscos existem, realça André Dias Pereira, mas está em causa a evolução da ciência. «Se hoje temos tratamentos, antibióticos, tantos medicamentos tão bons, é graças às gerações passadas», que se sujeitaram a este tipo de ensaios. «É muito raro» acontecer um ensaio que termine com consequências tão dramáticas, até porque, quando se chega a esta fase de testes, já se passou por um processo em animais que deixam antever bons resultados, frisa, destacando que ainda assim, não é por acaso que, na fase I de ensaios, o número de voluntários é limitado.
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