Jornal defensor da valorização de Aveiro e da Região das Beiras
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Adriano Lucas (1925-2011)
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Adriano Callé Lucas

“O que nos move agora é fazer rigorosamente o que nos dá na gana”


Adérito Esteves Sexta, 30 de Setembro de 2016
Mitó Mendes e Sandra Baptista foram durante anos a ala feminina d’ A Naifa. Agora, sem qualquer intenção de cortarem as raízes da ligação a essa banda, que terminou, juntam-se num projecto só de “Señoritas”. E foi no porto seguro do Teatro Aveirense (TA) que decidiram fazer a viagem inaugural deste percurso. O baptismo de mar das Señoritas será feito nesta terra sem historial de abundância de comunistas, mas elas prometem levar a dar uma volta (musical) todos os marinheiros que tiverem coragem de enfrentar esta sua onda “densa, feminina e bem portuguesa”. Antes de as ver pisar o palco aveirense (sexta-feira, às 21.30 horas), o nosso jornal falou com Mitó Mendes, que dá a voz e a guitarra às Señoritas. Durante a conversa, a nossa interlocutora assume que o nome da banda tem origem numa música d’ A Naifa. A mesma, de resto, onde fomos buscar o contexto de portos em tempos de crise pós-soviética. Numa conversa sem preocupações com o politicamente correcto, Mitó Mendes apresenta-se “crua e directa”. A mesma forma como são descritas as músicas deste “Acho que é meu dever não gostar”, álbum de estreia de Señoritas. Diário de Aveiro: A Mitó Mendes e a Sandra Baptista trabalharam juntas nos tempos d’ A Naifa. Como surge a ideia de formarem uma dupla? Mitó Mendes: Não houve uma ideia a preceder isto. O que se passou foi que nós, como amigas que somos, de vez em quando encontrávamo-nos e púnhamo-nos a tocar e a sacar sons - porque temos pequenos estúdios em casa. E aquilo corria bem. Divertíamo-nos imenso e era uma forma de passar o tempo. Muitos amigos encontram-se para ir tomar café ou ir à praia, nós tocávamos (risos). Entretanto, a Sandra começou a apresentar-me letras dela e eu comecei a pôr-lhes música em cima com algum entusiasmo. Mas tudo na onda do “estamos a curtir”. Nós as duas nem sequer tínhamos muita vontade de estar agora a fazer uma coisa com música. Queríamos estar a descansar depois de muitos anos d’ A Naifa. Isto foi acontecendo, mas às vezes ficávamos meses sem nos encontrarmos. E quando decidem tornar essa parceria mais séria? Só no final de 2015. Mostrámos a uns amigos algumas gravações que fizemos por brincadeira – até nos telemóveis - e eles encorajaram-nos a levar a coisa um pouco mais para a frente e a gravarmos um disco. Ou pelo menos gravar com melhor qualidade para lhes mostrarmos. Então decidimos avançar, também de uma forma muito descomprometida, e durante o ano de 2016 gravámos os temas todos.
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