Um acampamento com pelo menos 1.500 imigrantes no norte de Paris, onde maioritariamente sudaneses, afegãos e eritreus se instalaram e vivem em condições insalubres, começou hoje a ser desmantelado, sob forte aparato policial. A evacuação do local estava a decorrer sem incidentes aparentes, com os imigrantes a entrarem nos aproximadamente 50 autocarros destacados para os levar para centros de acolhimento fora da cidade.
Dezenas de agentes da polícia cortaram a circulação rodoviária antes de 07:00 (06:00 em Lisboa) na Avenida da Flandres, no distrito XIX da capital francesa, no âmbito da operação para desmantelar o acampamento donde, a 17 de Agosto, já haviam sido retiradas cerca de 700 pessoas.
O acampamento, com tendas, colchões e estendais de roupa, estendia-se em zonas adjacentes, pela praça de Estalinegrado, junto ao metro Jaurès e o canal Saint Martin, onde também se leva a cabo a evacuação. Pelo menos 1.500 migrantes estavam presentes aquando do início da operação de desmantelamento, disse à agência AFP a ministra da Habitação, Emmanuelle Cosse, no local: “Há muitas famílias com crianças, mais do que o habitual”, declarou.
Desde Junho de 2015 – sem contar com a operação de hoje – foram desalojados em Paris, em plena rua ou em jardins, acampamentos improvisados envolvendo um total de 16 imigrantes, de acordo com dados oficiais.
A presidente da Câmara de Paris, Anne Hidalgo, apresentou, na segunda-feira, antigas instalações ferroviárias no limite norte da capital francesa que estão a ser transformadas para que, a partir de meados do próximo mês, possam funcionar como abrigos para imigrantes e refugiados, com 400 lugares para homens. O dispositivo deve completar-se, no final do ano, com outro centro dirigido, desta feita, a mulheres e crianças.