Não foi uma Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças do Governo português entre 2013 e 15, propriamente “meiga” perante o actual Governo a que ontem se apresentou, em Coimbra, na 51.ª conferência “Quintas na Quinta” cujo o tema foi “Competitividade e Crescimento: pilares do Estado Social” na noite de ontem. A antiga ministra colocou, durante a sua intervenção, por diversas vezes o “dedo na ferida” em relação a questões económicas e tomadas de decisão no Governo da “geringonça socialista” afirmando que «ter um défice de 3% não pode ser o objectivo» e que, na sua óptica, o caminho que está a ser feito é «andar para trás» relativamente ao que foi feito pelo Governo do Partido Social Democrata (PSD) do qual fez parte.
A ex-ministra identificou os três problemas que Portugal padece actualmente, do ponto de vista financeiro, que é a «dívida pública, privada e externa» e que «continuar a aumentar impostos, gastar mais do que aquilo que se tem e distribuir o que não se tem» funcionará, prosseguiu, utilizando uma metáfora, «como uma recaída que é pior que a doença e mais difícil de combater». «A incerteza é algo que os agentes económicos nunca gostam, a previsibilidade e a segurança que se vai seguir é sempre fundamental para as decisões de consumo e de investimento tomadas a cada momento, situações contrárias, imprevisibilidade fiscal é negativa», reforçou a docente na área da Economia. Maria Luís Albuquerque fez, também, uma comparação das medidas tomadas pelo Governo socialista com o «modelo económico da Venezuela» que não se coaduna com o «modelo social da Europa».
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