A Associação Lisbonense de Proprietários insurgiu-se hoje contra o novo imposto sobre o património imobiliário, considerando que o Governo está a fazer dos proprietários um “bode expiatório do ódio ideológico da esquerda”.
Em declarações à Lusa, Luís Menezes Leitão falava da intenção de um novo imposto que está a ser desenhado pelo Bloco de Esquerda e pelo PS e que irá, de acordo com a deputada Mariana Mortágua, excluir “toda a classe média” e incidir, sobretudo, sobre titulares de património de luxo.
Mariana Mortágua explicou à Lusa que se trata de uma taxação adicional para património imobiliário de elevado valor, embora não esteja ainda fechado o montante a partir do qual incidirá a tributação. “Mas que nunca será inferior a 500 mil euros”, garantiu.
“Os proprietários são, mais uma vez, o bode expiatório da incompetência politica e financeira deste Governo. Ontem [quarta-feira], já se verificou uma grande dificuldade de colocação da dívida portuguesa no mercado e o que se está a passar é que medidas que foram feitas para satisfazer certas clientelas, como as 35 horas na função pública ou a diminuição do IVA na restauração, são pagas pelos proprietários”, disse Menezes Leitão.
O presidente da Associação Lisbonense de Proprietários considerou “absurda” a criação de um segundo imposto, sublinhando que Portugal que já tem um imposto sobre o património imobiliário, que é “o IMI e é elevadíssimo”.
“Agora, é criado um segundo imposto sobre o mesmo património, quando todo o outro património fica de fora. O que significa que os proprietários são os únicos a serem perseguidos por esta cegueira ideológica do Governo”, acusou.
Menezes Leitão alertou ainda para o facto de os partidos políticos terem um “riquíssimo património imobiliário”, apontando que “vão continuar a ficar isentos de imposto porque a lei dos partidos políticos já os isenta de qualquer futuro imposto sobre património imobiliário”.
“É uma situação que demonstra a profunda injustiça em que Governo vive e uma grande irresponsabilidade, porque isto vai causar uma profunda recepção no sector imobiliário, que era o único que estava a dar alguns sinais de recuperação”, afirmou Menezes Leitão, sublinhando que com a medida associada a um congelamento de renda não acredita que “haja mais ninguém que queria investir em imóveis”.